Existe um grande movimento que desafia as pessoas a sairem da sua Zona de Conforto. É acompanhado por propostas de acordar às 5 h da manhã, tomar banhos gelados, levar o corpo ao seu limite físico, ser sempre positivo e não recear tomar decisões arriscadas... parece que há a ideia de que só crescemos quando nos desafiamos a sair da nossa Zona de conforto. Respeito quem o faz, mas eu não penso assim. O meu objetivo de vida é ALARGAR a minha zona de conforto. Preciso de segurança e tranquilidade para florescer. Talvez seja da idade, mas busco uma vida simples, olhar o mundo com o olhar desimpedido das crianças e rir muito, rodeada por aqueles que amo, sem pressas, saboreando os pequenos prazeres que a vida oferece: chocolate, livros, chá, banhos de água quente e passeios vagarosos. Adoro a minha Zona de Conforto!
PEIXINHOS NO SOTÃO
Um sotão cheio de sonhos, livros e crafts.
Monday, January 02, 2023
Sunday, December 11, 2022
Regra de Ouro
Monday, November 21, 2022
Thursday, September 15, 2022
Wednesday, August 31, 2022
Uma sandália usada
"Vive como se fosses um par de sandálias
muito usadas e postas de lado.
(...)
Vive como se fosses uma sandália rota e inútil, cuja própria existência foi esquecida,
e, contudo, ainda existe. É basicamente isso.
Tenta esquecer tudo o que aprendeste,
tudo o que construíste.
E depois recomeça.
E outra vez, e outra, e outra."
in "Sabedoria Zen para Mentes Ansiosas"
de Shinsuke Hosokawa
Sunday, March 13, 2022
Se
Se podes conservar o teu bom senso e a calma
No mundo a delirar para quem o louco és tu...
Se podes crer em ti com toda a força de alma
Quando ninguém te crê...Se vais faminto e nu,
Trilhando sem revolta um rumo solitário...
Se à torva intolerância, à negra incompreensão,
Tu podes responder subindo o teu calvário
Com lágrimas de amor e bênçãos de perdão...
Se podes dizer bem de quem te calunia...
Se dás ternura em troca aos que te dão rancor
(Mas sem a afectação de um santo que oficia
Nem pretensões de sábio a dar lições de amor)...
Se podes esperar sem fatigar a esperança...
Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho...
Fazer do pensamento um arco de aliança
Entre o clarão do inferno e a luz do céu risonho...
Se podes encarar com indiferença igual
O triunfo e a derrota, eternos impostores...
Se podes ver o bem oculto em todo o mal
E resignar sorrindo o amor dos teus amores...
Se podes resistir à raiva e à vergonha
De ver envenenar as frases que disseste
E que um velhaco emprega eivadas de peçonha
Com falsas intenções que tu jamais lhes deste...
Se podes ver por terra as obras que fizeste,
Vaiadas por malsins, desorientando o povo,
E sem dizeres palavra, e sem um termo agreste,
Voltares ao princípio, a construir de novo...
Se puderes obrigar o coração e os músculos
A renovar um esforço há muito vacilante,
Quando no teu corpo, já afogado em crepúsculos,
Só exista a vontade a comandar avante...
Se, vivendo entre o povo, és virtuoso e nobre...
Se, vivendo entre os reis, conservas a humildade...
Se inimigo ou amigo, o poderoso e o pobre
São iguais para ti à luz da eternidade...
Se quem conta contigo encontra mais que a conta...
Se podes empregar os sessenta segundos
Do minuto que passa em obra de tal monta
Que o minuto se espraia em séculos fecundos...
Então, ó ser sublime, o mundo inteiro é teu!
Já dominaste os reis, os tempos, os espaços!...
Mas, ainda para além, um novo sol rompeu,
Abrindo o infinito ao rumo dos teus passos.
Pairando numa esfera acima deste plano,
Sem receares jamais que os erros te retomem,
Quando já nada houver em ti que seja humano,
Alegra-te, meu filho, então serás um homem!...
de Rudyard Kipling
tradução de Félix Bermudes